Aula de Artes apresentada com recurso do datashow no dia 29 de agosto de 2011.
Arte Pré Cabralina - Professora Cecília Amaral - 9° ano
CEPMN- ARTES
PROFESSORA: CECÍLIA M. DO N. AMARAL
ARTE PRÉ CABRALINA
Chamamos de Arte Pré – Cabralina as manifestações artísticas que já existiam no Brasil antes dos Portugueses atracarem por aqui.
O povo que habitava o Brasil neste período era o povo indígena, de hábitos e costumes muito diferentes dos europeus portugueses.
O que sabemos desta época foi registrado e documentado segundo as impressões dos portugueses que aqui chegaram. Um índio não chama nem a si mesmo de índio, esse nome veio trazido pelos colonizadores no séc. XVI. O índio mais antigo desta terra hoje chamada Brasil se autodenomina Tupy, que significa "Tu" (som) e "py" (pé), ou seja, o som-de-pé, de modo que o índio é uma qualidade de espírito posta em uma harmonia de forma.
Qual a origem dos índios? Conforme o mito Tupy-Guarani, o Criador, cujo coração é o Sol, /tataravô desse Sol que vemos, soprou seu cachimbo sagrado e da fumaça desse cachimbo se fez a Mãe Terra. Chamou sete anciães e disse: ‘Gostaria que criassem ali uma humanidade’. Os anciães navegaram em uma canoa que era como cobra de fogo pelo céu; e a cobra-canoa levou-os até a Terra. Logo eles criaram o primeiro ser humano e disseram: ‘Você é o guardião da roça’. Estava criado o homem. O primeiro homem desceu do céu através do arco-íris em que os anciães se transformaram. Seu nome era Nanderuvuçu, o nosso Pai Antepassado, o que viria a ser o Sol. E logo os anciães fizeram surgir da Águas do Grande Rio Nanderykei-cy, a nossa Mãe Antepassada. Depois eles geraram a humanidade, um se transformou no Sol, e a outra, na Lua. São nossos tataravós.
Esta história revela o jeito do povo indígena de contar a sua origem, a origem do mundo, do cosmos, e também mostra como funciona o pensamento nativo. Os antropólogos chamam de mito, e algumas dessas histórias são denominadas de lendas.
ARQUITETURA
Taba ou Aldeia é a reunião de 4 a 10 ocas, em cada oca vivem várias famílias (ascendentes e descendentes), geralmente entre 300 a 400 pessoas. O lugar ideal para erguer a taba deve ser bem ventilado, dominando visualmente a vizinhança, próxima de rios e da mata. A terra, própria para o cultivo da mandioca e do milho.
No centro da aldeia fica a ocara, a praça. Ali se reunem os conselheiros, as mulheres preparam as bebidas rituais, têm lugar as grandes festas. Dessa praça partem trilhas chamadas pucu que levam a roça, ao campo e ao bosque.
Destinada a durar no máximo 5 anos a oca é erguida com varas, fechada e coberta com palhas ou folhas. Não recebe reparos e quando inabitável os ocupantes a abandonam. Não possuem janelas, têm uma abertura em cada extremidade e em seu interior não tem nenhuma parede ou divisão aparente.
PINTURA CORPORAL E ARTE PLUMÁRIA
Pintam o corpo para enfeitá-lo e também para defende-lo contra o sol, os insetos e os espíritos maus. E para revelar de quem se trata, como está se sentindo e o que pretende. As cores e os desenhos ‘falam’, dão recados. Boa tinta, boa pintura, bom desenho garantem boa sorte na caça, na guerra, na pesca, na viagem. Cada tribo e cada família desenvolvem padrões de pintura fiéis ao seu modo de ser. Nos dias comuns a pintura pode ser bastante simples, porém nas festas, nos combates, mostra-se requintada, cobrindo também a testa, as faces e o nariz. A pintura corporal é função feminina, a mulher pinta os corpos dos filhos e do marido.
Assim como a pintura corporal a arte plumária serve para enfeites: mantos, máscaras, cocares, e passam aos seus portadores elegância e magestade. Esta é uma arte muito especial porque não está associada a nenhum fim utilitário, mas apenas a pura busca da beleza.
TRANÇADOS E CERÂMICA
A variedade de plantas que são apropriadas ao trançado no Brasil dá ao índio uma inesgotável fonte de matéria prima. É trançando que o índio constrói a sua casa e uma grande variedade de utensílios, como cestos para uso doméstico, para transporte de alimentos e objetos trançados para ajudar no preparo de alimentos (peneiras), armadilhas para caça e pesca, abanos para aliviar o calor e avivar o fogo, objetos de adorno pessoal (cocares, tangas, pulseiras), redes para pescar e dormir, instrumentos musicais para uso em rituais religiosos, etc. Tudo isso sem perder a beleza e feito com muita perfeição.
Diante de todas estas informações, podemos ver que a cultura indígena é riquíssima e contribuiu muito para a formação da cultura que temos hoje.
É errado pensar que o índio é inferior às demais etnias só por ser diferente. Os europeus quando chegaram ao Brasil tiveram uma impressão equivocada dos índios, achando-os inferiores e selvagens.
Observe as imagens abaixo que retrata a visão que se tinha do indígena no século XVI e, de acordo com este texto, responda às questões:
Figura 1
Figura 2
1.De acordo com estas pinturas, como o estrangeiro via os nativos brasileiros?
2.As impressões dos estrangeiros eram verdadeiras?
3.Comparando as duas pinturas, qual a diferença de postura dos índios existe entre a primeira e a segunda?
4.È obvio que existe uma discordância entre as impressões do primeiro e do segundo quadro. Para você, qual foi a impressão do artista do primeiro quadro? E do segundo?
5.Segundo sua opinião, podemos julgar a cultura uns dos outros como sendo melhor ou pior? Por que?
6.Que aspecto da cultura indígena percebemos na cultura da sociedade atual?